O câncer do colo do útero é uma doença associado à infecção persistente pelo Papilomavírus Humano (HPV) do tipo alto risco. O HPV pode ser considerado fator causal do câncer do colo do útero. O tabagismo e a imunossupressão (HIV e transplantadas de órgãos) são importantes co-fatores para o desenvolvimento de lesões pré-malignas em pacientes com infecção crônica pelo HPV.
Cerca de 140 tipos de HPV já foram identificados, sendo que 40 deles podem infectar o trato genital. Estes tipos de HPV são classificados como baixo risco e alto risco. Tipos de baixo risco, como o 6 e 11, causam lesões benignas (verrugas genitais) com mínimo risco de progressão para o câncer. Em contraste, os HPVs de alto risco possuem alto potencial oncogênico com o tipo 16 sendo o mais prevalente, seguido pelos tipos 18, 31, 33 e 45.
Não existe tratamento para este tipo de vírus e a infecção pelo HPV se resolve espontaneamente na grande maioria das vezes. Estima-se que até 80% das mulheres irão em algum momento da vida entrar em contato com algum tipo de HPV e o preservativo ajuda a diminuir a chance de contaminação.
Atualmente existe no mercado duas vacinas preventivas para o HPV aprovadas pelas agências reguladoras: a vacina quadrivalente (GardasilR) específica contra o HPV tipos 6,11,16 e 18 e a vacina bivalente (CervarixR) contra o HPV tipos 16 e 18. Os tipos 16 e 18 são os principais HPVs de alto risco e responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero, enquanto os tipos 6 e 11 são considerados de baixo risco para câncer, porém responsáveis por cerca de 80% das verrugas genitais. A indicação é para mulheres que ainda não tiveram relação sexual e portanto não teriam tido contato com o vírus. É importante salientar que a proteção adquirida é específica para os tipos inclusos na vacinas. Portanto, ainda há a necessidade da manutenção da rotina ginecológica com o Papanicolaou.