O tratamento do câncer ginecológico é feito por 3 especialidades: cirurgia, radioterapia e oncologia clínica.
A radioterapia é uma modalidade de tratamento que pode ser utilizada como tratamento principal, como tratamento pré-operatório ou pós-operatório (adjuvante) no câncer ginecológico.
A radioterapia é feita através de uma máquina que produz radiação. A radiação é direcionada para a região do corpo desejada e, portanto, é um tipo de tratamento local ou regional.
Com o advento de tecnologias modernas é possível aplicar doses adequadas com menor incidência de complicação das estruturas vizinhas não doentes, já que todo órgão (intestino, bexiga, rins, etc.) tem um limite de tolerância para a radiação.
O câncer do colo do útero é uma doença associado à infecção persistente pelo Papilomavírus Humano (HPV) do tipo alto risco. O HPV pode ser considerado fator causal do câncer do colo do útero. O tabagismo e a imunossupressão (HIV e transplantadas de órgãos) são importantes co-fatores para o desenvolvimento de lesões pré-malignas em pacientes com infecção crônica pelo HPV.
O câncer do colo do útero é precedido por mudanças pré-malignas conhecidas como neoplasias intra-epiteliais cervicais (NIC) que podem progredir para o câncer invasor. Na NIC I o comprometimento epitelial é pouco extenso, sendo que as células indiferenciadas estão limitadas ao terço inferior do epitélio. Na NIC II o comprometimento da camada epitelial é maior, envolvendo as camadas profunda e intermediária do epitélio. A neoplasia intra-epitelial grau 3 (NIC III), por sua vez, é a que apresenta o maior comprometimento do epitélio com anomalias nucleares que se estendem por toda sua espessura.
A fase pré-maligna não gera sintomas e o exame especular simples é de pouca ajuda para o diagnóstico. A avaliação complementar compreende a citologia oncótica (Papanicolaou), a colposcopia e o estudo histopatológico (biópsia).
O carcinoma propaga-se para a vagina e para diferentes estruturas vizinhas (ligamentos do útero ou paramétrios, bexiga e reto). Também ocorre através dos vasos linfáticos ou por via sanguínea.
O estadiamento para os tumores malignos do colo do útero mais utilizado é o proposto pela FIGO (Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia) e é baseado essencialmente em parâmetros clínicos como o exame de toque vaginal e retal, onde é avaliada a extensão da lesão tumoral em direção às estruturas vizinhas.
A escolha do tratamento do câncer do colo do útero depende primeiramente do estádio clínico em que a doença se encontra. A idade e a presença de doenças associadas também são importantes para a decisão. O tratamento inicial é realizado com cirurgia ou radioterapia.
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